As propostas reformistas do Governo Sartori em nada contribuem com o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul e muito menos demonstram preocupação com a sociedade Gaúcha. Confirmam, em verdade, o viés paternalista e ignóbil de uma mentalidade administrativa com fortes raízes num modelo agrário, escravocrata, fortemente assentado na miséria e na desigualdade social. Apenas vestem uma nova roupagem (teórica) “modernizante”, visível para os menos avisados.
A política de Estado mínimo e corte de gastos como proposta traz em sua essência uma contradição na medida em que reconhece a essencialidade das atividades que “poderão ser desempenhadas pela iniciativa privada” – como diz nosso governador -, esquecendo as vicissitudes que permeiam as relações público-privado em que os custos, invariavelmente, são maiores. Além de um comprometimento político duvidoso de eficiência.
Por qual razão, então, nosso Governo não se dedica a angariar negócios para essas empresas e fundações? Por qual razão não canalizam negócios para a Cientec? Por qual razão não fomentam no empresariado a procura pela FEE? Por qual razão optam em aportar elevadas quantias para a mídia privada, desvalorizando a pública? Enfim, uma série de questões que desvelam apenas, e nada mais, do que o viés econômico e negocial de um grupo político que sistematicamente inebria a sociedade com silogismos falaciosos. Buscam apenas seus interesses privados e viram as costas para a sociedade, para o coletivo.
E mais ainda: por qual razão nosso governador não procura empresas, não atrai negócios, como por exemplo, para nosso parque naval em Rio Grande? Qual interesse ou proposito motiva o abandono das nossas industrias e de nosso potencial local? Qual rentismo que lucra?
Talvez a ineficiência do Governo em angariar negócios e desenvolvimento para o Estado encontre na política de choque uma distração para a grande massa, coloca sob um véu de mudança a sua ineficiência e o fadado insucesso que em dois anos nada fez em prol do povo Gaúcho.
O engodo teórico que sustenta as propostas (diga-se: já empreendidas pelos mesmos atores em Governos passados) em votação na Assembleia apenas engrossa a crise, o desemprego e a miséria, além de acentuar a desigualdade social.
Nosso Estado e a sociedade definham na mesma proporção que o já falido Governo Sartori e toda a equipe que o acompanha.
A AGETRA, mais do que nunca, se solidaria e apoia de forma inconteste cada um dos trabalhadores que estão em luta pela defesa do Estado.